O
último fim de semana foi histórico para o adventismo no litoral sul de
São Paulo. As igrejas centrais de Santos e Cubatão tiveram uma cerimônia
de reinauguração. Responsáveis pelo desenvolvimento da mensagem na
região, que hoje conta com 30 igrejas, elas receberam um grande
investimento por parte da Paulistana para que fossem modernizadas.
Assim, se tornam cada vez mais qualificadas para representar a casa de
Deus.
Diferentemente do bonito e confortável templo que hoje possui, a
Igreja Central de Santos começou no inicio do século 20 com duas
pessoas, em um banco na praça. Helena Schultz alemã e adventista veio
morar no Brasil, em Santos.
Em um sábado saiu à procura de uma igreja e descobriu que não tinha.
Encontrou uma moça na praça, sozinha, falando sobre Jesus. Ela também
era adventista. Em poucos momentos de conversa chegaram a uma decisão.
“A Igreja Adventista em Santos vai começar aqui e agora”, conta Laura
Helena, filha da pioneira alemã. Sentaram-se na praça, abriram a Bíblia e
ali mesmo louvaram e adoraram a Deus.
Com
o tempo a dupla se tornou um grupo que, por sua vez, se multiplicou a
ponto de se tornar uma igreja. Primeiro, na rua da Constituição e,
depois, fixaram-se em um terreno na rua Cunha Moreira, onde é a igreja
atualmente. “Naquela época era um espírito de evangelismo e união”,
conta Ana Solano, que há mais de 70 anos participa da história da
igreja.
Ao decorrer dos anos, porém, a estrutura física do templo se tornou
antiga. Era necessária uma reforma. Depois de aproximadamente três meses
fechado para essa transformação, na noite de sexta-feira, pioneiros,
jovens, adultos e crianças participaram de uma linda cerimônia de
reinauguração. Nela, os esforços dos primeiros trabalhadores de Cristo
na cidade foram homenageados. Aos mais novos, ficou a mensagem de
renovar não somente as estruturas físicas, mas também o ideal de todo
cristão: falar de Jesus ao mundo.
“Ide e levai a mensagem”
Uma das principais características da Igreja Central de Santos foi
ser o núcleo de onde saíram os missionários que fundaram outras igrejas
no litoral. Dentre elas, a Igreja Central de Cubatão.
Foi
em meados da década de 60 quando a família Barbosa, que frequentava em
Santos, decidiu evangelizar na cidade vizinha. Juntamente com um grupo
de missionários eles faziam as campanhas de recolta e aproveitavam para
propagar a mensagem em Cubatão. Com isso, alcançaram outras famílias
para Jesus, como a de Eugênio Gonçalves. Estes, ofereceram a própria
casa para que fossem realizados os cultos enquanto não havia um local
específico.
Quando José Raimundo Barbosa terminou de construir sua casa, lá se
tornou o endereço oficial de reunião. A partir de então, deu-se o
processo de desenvolvimento normal da maioria das igrejas. O grupo
aumentou, alugaram um salão. O grupo aumentou mais ainda, compraram um
terreno e construíram a igreja.
Mais de 40 anos depois, ela foi reformada, e agora está maravilhosa,
segundo José Luis Barbosa, de 62 anos, neto dos primeiros pioneiros.
Barbosa conta que é um privilégio muito grande ter vivenciado este
processo de transformação e louva o nome de Deus. “Deus é maravilhoso e
fez essa igreja crescer de maneira maravilhosa. É um motivo de regozijo e
alegria. Santo, Santo, Santo é o nome de Deus”, declara.
Renovação completa
Investir
nas igrejas tradicionais e pioneiras é um dos objetivos da Associação
Paulistana em 2012. As igrejas de Santos e Cubatão foram exemplos deste
trabalho, que já contou também com a reinauguração da Igreja Bosque da
Saúde, em São Paulo. O pastor Sidionil Biazzi, presidente, explica que
durante muitos anos elas serviram de base para a pregação do evangelho.
Com o tempo, se tornaram muito antigas e agora merecem ser tratadas com
este carinho especial.
Ele explica que no processo de criação, Deus fez o mundo e tudo o que
nele há com detalhes especiais. Formas, cores, tons, trabalhados com
singularidade. Assim também deve ser a casa dEle na Terra. “Ao entrar
neste templo novo, podemos ver que aqui foi exercido o dom da criação,
dando beleza e forma. Tudo para honrar o nome dAquele que concede os
dons e a vida”, diz.
No entanto, o investimento não se resume somente a renovar as
paredes, o forro, púlpito, bancos, etc. “Um ambiente confortável é muito
bom. Mas o importante mesmo é ter o conforto que Jesus traz ao
coração”, esclarece Rubens de Benedicto, tesoureiro da Paulistana.
Agora, com casa renovada e espírito reanimado, a intenção da liderança
das igrejas é ver muitas outras pessoas preenchendo os bancos e
aumentando ainda mais essa grande família. |